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”A cultura do cacau vem se posicionando aos ditames da economia verde, uma vez que as mudanças contidas no Plano Inova Cacau 2030 contribuirão para o alcance direto de pelo menos 11 das 17 ODS das Nações Unidas.”

Jaime Recena

Presidente Executivo Abicab

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ESG

Garantir iniciativas de impacto ambiental e social na cadeia produtiva

Influência

Ser presente e relevante na defesa da liberdade de operar crescer e inovar na indústria

Crescimento de mercado

Novas ocasiões de consumo com inovação e escala

Alcance internacional

Integração na cadeia global de valor, valorização do produto local e antecipação de tendências

Pra Degustar

FLORESTA EM PÉ - A Dengo, marca brasileira de chocolates de origem e impacto socioambiental, conquistou o Sustainable Business Award, reconhecimento internacional anunciado durante a COP30, em Belém (PA), pelo case "Créditos para a Terra". O programa, desenvolvido em parceria com a ReSeed, remunera produtores de cacau em sistemas agroflorestais pelos serviços de manutenção de suas reservas florestais em pé. O case foi selecionado entre 70 iniciativas de mais de 20 países, destacando-se pelo modelo ecossistêmico e pela implementação de ferramentas de monitoramento capazes de rastrear o carbono estocado no solo de pequenas propriedades. Atualmente, a marca compra cacau de mais de 200 famílias e opera com 100% de matéria-prima proveniente de sistemas agroflorestais na Mata Atlântica. O pagamento anual é antecipado, ou seja, o produtor recebe pelo crédito dos 12 meses seguintes. Para muitos deles o valor extra com a venda dos créditos representa o equivalente a um "décimo terceiro e décimo quarto salários". Em média, o produtor rural tem acesso direto à 50% dos valores obtidos com a venda dos créditos de carbono, o que, nesta primeira fase, corresponde a cerca de R$ 800 por hectare por ano. O objetivo da Dengo é chegar a 75 mil hectares nos próximos anos e 3 mil agricultores beneficiados, e futuramente replicar o modelo em outros polos cacaueiros - inclusive com produtores que fornecem para outras empresas.

PROTAGONISTA - Com a chegada das festas de fim de ano, o chocolate volta a ocupar lugar cativo entre as opções de lembranças afetivas: seja como presente, sobremesa ou mimo de celebração. A busca por produtos artesanais e de origem também cresce nessa época, impulsionando marcas que apostam em qualidade, criatividade e vínculos com a cadeia do cacau. No Distrito Federal, a LaBarr Chocolate de Origem, referência bean-to-bar, surge como uma das escolhas mais desejadas do período. A marca brasiliense, que acaba de completar nove anos, lançou sua coleção especial de Natal, com venda também pela internet. A novidade chega em um momento simbólico: além das quase dez temporadas dedicadas à produção artesanal, a LaBarr acaba de conquistar três prêmios na prestigiosa Academy of Chocolate, em Londres. Entre os lançamentos, as novas drágeas chamam atenção pela combinação entre ingredientes brasileiros, especiarias e técnica apurada. São duas versões: nozes cobertas com chocolate branco caramelizado (100 g, R$ 71) e banana envolta em chocolate 53% ao leite de aveia (130 g, R$ 71). A coleção sazonal inclui ainda caixas de bombons com diferentes quantidades, de 3 a 12 unidades, em sabores inspirados no Natal: rabanada, manjar de coco, cupuaçu e panetone.

SALTO - O Brasil bateu o recorde de exportação de amendoim para a China em 2025, ao embarcar 63 mil toneladas do produto entre janeiro e novembro, de acordo com dados da Associação Nacional de Exportadores de Amendoim (Abex-BR). O volume representa um salto superior a 2.600% na comparação com os dois anos anteriores somados. Desde o início das compras chinesas - entre setembro de 2022 e dezembro de 2024 - foram exportadas apenas 2.316 toneladas. Em 2025, a China se tornou o principal destino do amendoim brasileiro, ultrapassando mercados tradicionais como Rússia e União Europeia. A expectativa do setor para 2026 é ampliar ainda mais o portfólio de exportações, incluindo o sorgo, utilizado sobretudo na ração animal, na indústria alimentícia e na produção de bebidas.

GERAÇÃO Z - O Grupo CRM, controlador das marcas Kopenhagen, Brasil Cacau e Kop Koffee, anunciou estratégias digitais para aproximar a Kopenhagen da Geração Z, para revitalizar a imagem da marca centenária por meio de parcerias com personagens pop e plataformas como TikTok. O destaque é o investimento em conteúdos criados por influenciadores. A campanha com Wandinha, por exemplo, personagem da série da Netflix, gerou edições especiais de produtos como Nhá Benta para o Halloween. Essa abordagem visa conectar emocionalmente jovens de 16 a 34 anos. A Kopenhagen, com 97 anos de mercado, planeja expandir colaborações temáticas. O TikTok recebe prioridade na alocação de recursos da Kopenhagen. A plataforma concentra a maior parte da verba de marketing digital. Influenciadores locais criam conteúdos que integram produtos da marca a tendências virais. Por sua vez, a Brasil Cacau relançou chocolates da Turma da Mônica em parceria similar. A Nestlé, sócia majoritária desde 2023, apoia retornos de clássicos como Chocolate Surpresa, fortalecendo o ecossistema de marcas. O grupo projeta crescimento de 15% no faturamento total para 2025, ultrapassando R$ 2 bilhões.

TURISMO - A Prefeitura de Ilhéus reuniu 45 agentes e operadores responsáveis pela comercialização da Bahia no mercado de São Paulo, um dos principais emissores de visitantes para o estado em uma imersão na Costa do Cacau, destacando atrativos naturais, culturais, históricos e experiências ligadas ao cacau e ao chocolate. A iniciativa teve como objetivo ampliar oportunidades de negócios entre os municípios envolvidos. A experiencia será repetida em março e agosto de 2026, visando fortalecer a qualificação do destino e a ampliação da presença de Ilhéus no mercado nacional.

LIDERANÇA FEMININA - Fabiana Reinholz é daquelas que conectam raízes, coragem e propósito. Seu primeiro passo foi entrar no universo do cacau especial. Inicialmente, o objetivo era somente produzir amêndoas de alto padrão. Mas o mergulho profundo nos estudos, protocolos e processos despertou algo maior: a paixão pelo chocolate. O que deveria ser somente um manejo qualificado da matéria-prima se transformou em uma fábrica familiar. Natural de Colatina, na região Noroeste do Espírito Santo sua fábrica produz, além de chocolates intensos, ao leite e brancos, também derivados especiais do cacau, como a geleia, o mel de cacau e o nibs. Práticas conscientes alcançaram o 1º lugar no Prêmio Nacional Produtor Rural Sustentável do Sicoob. Na COP30, apresentou o chocolate com a "identidade" da família chamando a atenção de lideranças mundiais. Fabiana, que é engenheira, levou sua experiência em sustentabilidade e dialogou com especialistas do mundo inteiro sobre mudanças climáticas e agricultura consciente. Agora, iniciou o processo de exportação do chocolate Reinholz. Sua trajetória é a prova de que a agricultura familiar consegue gerar impacto, renda, visibilidade e transformação. A mudança da produção para o cacau, que antes era focada no café, não só redefiniu o futuro da empresa, como também trouxe novos aprendizados, capacitações, desafios e conquistas, além de inspirar mulheres, produtores e famílias rurais, provando que tradição e inovação podem caminhar juntas.

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